quinta-feira, agosto 24, 2006

O retorno

Está confirmado o retorno do CorteSeco Cineclube para o dia 06 de setembro, quarta-feira, as 19h20 na Sala Aruanda. O filme será devidamente anunciada no post da próxima semana, quando estaremos colando os cartazes nos corredores do Decom e da pça da Alegria da UFPB...

Aproveito o momento para falar um pouco sobre o movimento cineclubista de João Pessoa. A idéia inicial para o corteseco seria exibir filmes na terça-feira, visto que na quarta temos um importante cineclube que funciona no Cine Teatro Lima Penante há algum tempo. Porém, o espaço que utilizamos para viabilizar as sessões só é possível de ser usado na quarta, o que ocasionou um choque de horários entre os cineclubes.

Mesmo à contragosto, visto que além de entusiasta eu sou frequentador assíduo do Tintin Cineclube (o que acontece no Lima Penante), tivemos que aceitar os horários estabelecidos pelo Departamtento de Comunicação.

Enfim...o Corteseco ainda continua nas quartas, mas deixo como sugestão aos participantes e cinéfilos em geral que conheçam e frequentem o Tintin, ou que pelo menos fiquem atento a programação de ambos para que possam melhor desfrutar o empolgante ambiente cineclubista.

Lembrando aos que já foram ao corteseco, que os filmes são quinzenais, logo, nas semanas que nao há sessões, o interessado pode se dirigir ao Tintin cineclube e tenho certeza que não se arrependerá.

Bom, resumindo... 06/09 o corteseco retorna com a sessão temática "Sangue quente na tela"...exibindo um filme oriental ultra contemporâneo que trata de vingança, máfia japonesa, paixão impossível e um personagem central violento e melancólico...tudo com uma identidade e um estilo impressionante. Nós até tentaríamos colocar um slogan publicitário para convencê-los a assisitir o filme, porque ele é simplesmente fascinante, mas preferimos deixar as possibilidades em aberto.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Yes!! Nós temos cinema.

Na época em que o cinema nacional era feito e discutido por arroubos apaixonados de jovens briguentos e idealistas, Sganzerla, então detentor do título de filho rebelde do cinema novo e fundador a contragosto de um movimento intitulado marginal, dizia que “fazer cinema no Brasil é o máximo porque é o impossível”.

Muitos e muitos anos depois, nos encontramos hoje com um dado tão estranho quanto problemático. O cinema nacional ainda existe. Sim, ele é feito em 24 quadros por segundo, em película como manda o figurino, e pode teoricamente ser exibido qualquer sala de cinema no mundo, e mais, só esse ano já lançou 30 filmes comercialmente no eixo Rio-SP. E agora o que nos resta fazer? Assisti-los todos? Tentar entender onde se situa esse cinema nacional, suas possíveis características e suas eventuais qualidades estéticas? Perceber a reação de um público tão acostumado a não ver o próprio cinema?

Tudo isso seria possível, se eles estivem passando no cinema ‘mais perto de você’. Pois é, o nosso cinema, incluindo toda problemática advinda desse termo, anda sendo discutido pelos críticos brasileiros. Só para atestar isto, apontamos duas importantes revistas eletrônicas, onde seus redatores fizeram um excelente trabalho de questionamento e entendimento do cinema nacional.: contracampo e cinética.

Só para não ficarmos fora da questão, afinal o Brasil não se resume ao eixo RIO-SP, destacamos que os multiplexes da PB, tão dependentes das decisões de distribuidores e executivos de mala preta tão obscuros que parecem ter saídos de um filme de Lynch, não conseguem sequer atender o ‘mínimo necessário’ para visualizarmos nossa própria produção de longas. Dos 30 filme lançados, apenas 7 aportaram por aqui. Se lá no ‘paraíso cultural’ do Brasil as coisas não andam nada bem para a velha arte industrial (vide as criticas das revistas citadas acima), o que dizer então de nossa adorada terrinha. Só podemos agora falar mau (ou bem) de nosso cinema, quando se referir a produção distribuída pela Globo Filmes.


Chegamos então na conclusão fatídica de que ‘Fazer cinema no Brasil é o máximo, porque nunca é visto’. Mas isto ainda é impossível.

Filmes nacionais lançados comercialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo no primeiro semestre de 2006:


Didi, Caçador de Tesouro
, de Renato Aragão
Se Eu Fosse Você, de Daniel Filho
Soy Cuba – O Mamute Siberiano, de Vicente Ferraz
Crime Delicado, de Beto Brant
Carnaval, Bexiga, Funk e Sombrinha, de Marcus Vinícius Faustini
Mulheres do Brasil, de Malu de Martino
O Gatão de Meia Idade, de Antonio Carlos da Fontoura
Sal de Prata, de Carlos Gerbase
O Veneno da Madrugada, de Ruy Guerra
Depois Daquele Baile, de Roberto Bomtempo
A Máquina, de João Falcão
Boleiros 2 – Vencedores e Vencidos, de Ugo Giorgetti
Irma Vap – O Retorno, de Carla Camurati
Árido Movie, de Lírio Ferreira
Brasília 18%, de Nélson Pereira dos Santos
Achados e Perdidos, de José Joffily
A Festa de Margarette, de Renato Falcão
O Dia em Que o Brasil Esteve Aqui, de Caito Ortiz e João Dornelas
Ginga, de Hank Levine, Tocha Alves e Marcelo Machado
Meninas, de Sandra Werneck
A Concepção, de José Eduardo Belmonte
A Mochila do Mascate, de Gabriela Greeb
Tapete Vermelho, de Luiz Alberto M. Pereira
Dom Hélder Câmara – O Santo Rebelde, de Erika Bauer
Araguaya – Conspiração do Silêncio, de Ronaldo Duque
Moro no Brasil, de Mika Kaurismaki
Outra Memória, de Chico Faganello
Dia de Festa, de Toni Venturi e Paulo Georgieff
Moacir – Arte Bruta, de Walter Carvalho
No Meio da Rua, de Antonio Carlos da Fontoura

Filmes desta lista que já aportaram nos cinemas paraibanos.

Didi, Caçador de Tesouro, de Renato Aragão
Se Eu Fosse Você, de Daniel Filho
A Máquina, de João Falcão
O Gatão de Meia Idade
, de Antonio Carlos da Fontoura
Irma Vap – O Retorno
, de Carla Camurati
Achados e Perdidos, de José Joffily
Tapete Vermelho, de Luiz Alberto M. Pereira

Precisa dizer mais?

p.s. talvez eu tenha esquecido algum filme na nossa lista. tomara.